Por
Thaisa Cardoso
A partição de comprimidos é
uma prática comumente adotada há muitos anos para a obtenção da dose prescrita
do medicamento. Ocorre especialmente quando o paciente necessita de uma dosagem
para a qual não há apresentação comercial disponível, quando é necessário
adequar a dose a características particulares da terapia e, além disso, com a
finalidade de reduzir o custo da terapia, pois, geralmente, comprimidos com
doses individuais mais elevadas são mais baratos que os seus equivalentes em
doses menores.
Embora a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária do Brasil (ANVISA) alerte sobre o fato de que partir
comprimidos pode ser prejudicial aos tratamentos de saúde, essa prática é muito
comum no Brasil, podendo ser ainda mais prejudicial ao paciente nos casos em que
o medicamento tenha liberação modificada.
Tanto na preparação de
cápsulas realizadas pela farmácia magistral como na produção de cápsulas e
comprimidos pela indústria farmacêutica, regras rígidas sobre as boas práticas
de manipulação/fabricação (RCD nº 67/2007 e RDC nº 17/2010 respectivamente) são
seguidas para garantir que cada unidade do medicamento contenha a dose declarada
no rótulo do produto.
Esses esforços em garantia
da qualidade dos medicamentos, porém, são frequentemente comprometidos quando
usuários de medicamentos dividem seus comprimidos em duas ou mais partes para
atender às suas necessidades terapêuticas.
Estudos indicam que o
procedimento de partição de comprimidos é desaconselhável, uma vez que o teor
de fármaco é alterado o que leva ao comprometimento da terapia medicamentosa.
Os riscos para o paciente são tanto de sub-dose quanto de super-dosagem o que
pode levar a intoxicações.
Assim, uma alternativa mais
segura que a partição inadequada do medicamento é a manipulação (em farmácias
de manipulação confiáveis) de cápsulas contento a dose individualizada do
fármaco.
Referências:
- Ferreira, A.A.A.; Avaliação do efeito da partição de
comprimidos de furosemida sobre a uniformidade da dose. Revista de Ciências
Farmacêuticas Básica e Aplicada. 2010.
- Agência
Nacional de Vigilância Sanitária